24 de set. de 2012

A obra cotidiana de Norman Rockwell


   
   São impressionantes 321 capas da revista "The Saturday Evening Post" que levaram suas ilustrações durante 47 anos. Norman Perceval Rockwell, 1894, foi um ilustrador e pintor americano do século XX que tornou-se amplamente conhecido pelo retrato do cotidiano americano em suas ilustrações.


Em sua biografia registra-se que sua carreira começou precocemente: aos 14 anos já fazia aulas de artes na The New York School of Art (antiga The Chase School of Art). Antes de completar 16 anos, já estudando na Art Students League, Rockwell já tinha sua primeira arte impressa. Aos 19 anos, em 1913, se tornou editor de arte da Boy's Life, revista mensal publicada pela Boy Scouts of America, perdurando no cargo por 3 anos. Estima-se que sua produção em vida superou a marca dos 4000 trabalhos, incluindo ainda 40 livros ilustrados pelo próprio.



   Com estilo, ao mesmo tempo, meticuloso, caricato e realista, usando do óleo sobre tela na maioria das vezes, suas obras exploravam cenas cotidianas americanas, carregando consigo uma vitalidade no traço, definindo uma conotação um tanto quanto nacionalista. Essa proximidade com o público, e esse patriotismo intrínseco - fator que impulsionou sua fama e reconhecimento - tornam-se evidente em suas famosas pinturas durante a Segunda Guerra Mundial. Não é coincidência, portanto, que o período mais produtivo da carreira de Norman se encontra nas décadas de 1930 e 1940. São 3 pinturas mais icônicas da época de guerra: a série de Willie Gillis, a série Four Freedoms e a ilustração de Rosie the Riveter.





   Willie Gillis foi um personagem criado por Norman Rockwell que esteve presente em 11 capas da revista "The Saturday Evening Post", durante o período de guerra. O personagem, que é figura caracterizada de cidadão simples que virou um soldado na guerra, teve sua história retratada nas mãos de Rockwell e se tornou um ícone do sentimento americano e da postura dos cidadãos na guerra. Muitos chegaram até a acreditar na existência de Willie Gillis. Isso é um fato que é marcante nesse período do trabalho de Norman Rockwell: eles foram tão assimilados e admirados pela população, que acabaram estimulando, por exemplo, homens a se alistarem e mulheres a trabalharem, tudo em prol da nação.




   Com a série Four Freedoms, Rockwell se inspirou em um discurso do atual presidente na época, Franklin Roosevelt, corroborando tudo que o mesmo pregou em sua fala. Uma série de quatro ilustrações que retratam quatro direitos, liberdades humanas essenciais, na visão do presidente, que deveriam ser protegidos e servir como motivadores na luta da guerra. São elencados Freedom of Speech, Freedom of Worship, Freedom from Want, Freedom from Fear. Dos trabalhos, o próprio Norman diz que o de resultado final mais agradável foi o Freedom to Worship.





   Temos por último, Norman Rockwell retratando Rosie the Riveter. Um símbolo do feminismo, e ícone americano, a personagem representava a força das mulheres americanas que trabalhavam nas fábricas, muitas vezes substituindo a vaga dos homens e produzindo manufaturas para as guerras. Apesar de não ser uma personagem de criação própria, a ilustração de Norman se tornou bastante difundida e famosa, reafirmando o caráter humanista da guerra retratado em suas obras.


   Norman Rockwell tem um trabalho incrível, que carrega consigo um cunho humanista, cheio de vida por natureza, além de uma carreira brilhante. Afim de preservar seu legado artístico, Norman deixou seu trabalho sob custódia do Old Corner House Stockbridge Historical Society que posteriormente viria a se tornar Norman Rockwell Museum. Um presente aos admiradores de sua arte.



Visite:
http://www.nrm.org/


Por Ítalo Muniz



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